O instituidor da Fundação Conrado Wessel (FCW), Ubaldo Conrado Augusto Wessel (1891-1993), nasceu em Buenos Aires, filho de pais alemães imigrados para a Argentina. Seu pai, Guilherme, decidiu tentar a sorte no Brasil um ano depois do nascimento de Conrado e instalou-se com a mulher e os dois filhos inicialmente em Sorocaba, no interior paulista, e depois em São Paulo. A família abriu a Casa Importadora de Artigos para Photografia no centro da capital, em 1902. Guilherme trabalhava na loja com o filho mais velho, Georg Walter. Quando Georg morreu, em 1908, o pai pediu ao caçula para auxiliá-lo.
Conrado, embora ainda muito jovem, tinha outros planos. Queria “trabalhar no ramo fotográfico por conta própria”, segundo deixou escrito em cartas e depoimentos. O pai fechou a loja e tornou-se fotógrafo oficial da Secretaria da Agricultura, em 1909. Mas propôs ao filho que fizesse cursos sobre fotografia na Europa e trouxesse de lá uma clicheria (maquinário para impressão de imagens e textos). Conrado concordou e em 1911, aos 20 anos, estava em Viena, na Áustria, estudando fotoquímica no K.K. Graphischen Lehr und Versuchsanstalt e, depois, estagiando na Casa Beissner & Gottlieb, especializada na área gráfica e fotográfica.
O jovem fotógrafo e gráfico voltou a São Paulo em 1913 com o maquinário para montar a clicheria com o pai. Conrado, no entanto, percebeu que precisava de mais conhecimento e inscreveu-se como aluno ouvinte na Escola Politécnica, que viria a ser uma das unidades fundadoras da futura Universidade de São Paulo, em 1934. Entre 1915 e 1919 frequentou as aulas e foi auxiliar de laboratório do professor Roberto Hottinger no curso de engenharia química.
O objetivo de Conrado era criar um papel fotográfico com qualidade superior aos importados. Depois de numerosas tentativas, desenvolveu em 1918 uma fórmula para banhar o papel, patenteada em 1921. O sucesso alcançado levou, 28 anos depois, a um acordo firmado entre as empresas Wessel e Kodak: a totalidade da produção seria adquirida pela Kodak e cinco anos depois, em 1954, a patente passaria aos norte-americanos.
Como não se casou nem teve filhos, Conrado Wessel deixou em testamento todo seu patrimônio para uma fundação a ser criada, que deveria multiplicar os recursos e distribuí-los em ações filantrópicas e premiações em favor da arte, da ciência e da cultura. Em 1994, ano seguinte à sua morte, fez-se sua vontade e a FCW foi criada. Os prêmios começaram a ser distribuídos em 2003.
Conrado Wessel
Inventor criou a primeira fábrica brasileira de papel fotográfico