Memorando de entendimento foi assinado em Paris por dirigentes da Fundação, da ANRS e do Inserm. Também na capital francesa foi formalizada a criação do Institut Pasteur de São Paulo, que abrigará mais de 80 pesquisadores na USP
Agência FAPESP * – Dirigentes da FAPESP, da Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids e Hepatites Virais (ANRS) e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) – os dois últimos da França – assinaram na quarta-feira (29/03), em Paris, um memorando de entendimento para fomentar a colaboração científica entre pesquisadores paulistas e franceses.
Com duração de três anos, o acordo foi formalizado na sede do Inserm, em cerimônia com a participação de Didier Samuel, diretor-executivo do instituto, Yazdan Yazdanpanah, diretor da ANRS, Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, Vahan Agopyan, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, e Carlos Carlotti Júnior, reitor da Universidade de São Paulo (USP).
A iniciativa visa fortalecer a cooperação em pesquisas na área de saúde, com destaque em temas como HIV/Aids, hepatites virais, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, doenças emergentes e reemergentes, imunologia, neurociência, genética, doenças crônicas e câncer.
“As comunidades científicas do Estado de São Paulo e da França têm um longo histórico de colaboração, que remonta ao início do século 20 e à fundação da USP. Esperamos que esse acordo fortaleça ainda mais a parceria e faça avançar projetos cujos resultados possam impactar diretamente o bem-estar da população”, disse Zago.
Institut Pasteur de São Paulo
Em cerimônia realizada nesta sexta-feira (31/03), também em Paris, o presidente do Institut Pasteur, Stewart Cole, e o reitor da USP assinaram o contrato social do Institut Pasteur de São Paulo, uma organização privada sem fins lucrativos, de acordo com a lei brasileira. A missão do instituto, membro associado da Rede Pasteur, é realizar pesquisas no campo em biologia que contribuam para o desenvolvimento da saúde humana e promover atividades de extensão, educação, inovação, transferência de conhecimento e medidas de saúde pública.
O Institut Pasteur de São Paulo ficará sediado no campus da Cidade Universitária, em um espaço de 2 mil metros quadrados com 17 laboratórios, uma unidade de bioinformática e vários laboratórios multiusuário. Quando estiver em pleno funcionamento, abrigará mais de 80 cientistas do Brasil e de outros países que realizarão pesquisas de nível internacional sobre doenças transmissíveis, não transmissíveis, emergentes, reemergentes, negligenciadas e degenerativas, inclusive as doenças neurodegenerativas progressivas.
“A assinatura do contrato social do Institut Pasteur de São Paulo marca um grande passo que fortalecerá a cooperação entre o Institut Pasteur e as instituições brasileiras. Gostaria de destacar em especial a importância e relevância do trabalho realizado pelas equipes na Plataforma Científica Pasteur-USP [SPPU, na sigla em inglês], especialmente durante a pandemia da COVID-19, e a inserção integral da plataforma no ecossistema de pesquisas do Estado de São Paulo. O Institut Pasteur de São Paulo busca proporcionar excelência científica em benefício das populações locais”, declarou Cole.
“Uma das principais prioridades da nossa equipe gestora na reitoria é fortalecer os vínculos da Universidade de São Paulo com a sociedade. A criação do Institut Pasteur em São Paulo, em parceria com o Institut Pasteur, representa um grande passo nessa direção e complementa outras iniciativas em andamento, inclusive diversas parcerias com outras universidades e centros de pesquisa franceses. É um marco importante da contínua internacionalização da nossa universidade”, acrescentou o professor Carlotti.
O contrato social foi assinado em cerimônia no Institut Pasteur, em Paris, com a presença de autoridades francesas e brasileiras, entre elas o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, o presidente da FAPESP, a diretora para as Américas e Caribe do Ministério das Relações Internacionais da França, Michèle Ramis, e o cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil.
Durante seu discurso, Zago ressaltou a importância do acordo, que se completa após oito anos de negociações iniciadas quando era reitor da USP, e ressaltou o papel do professor Erney Plessmann de Camargo, recentemente falecido, como um grande incentivador dessa associação. "Eu convido o diretor do Instituto Pasteur e o reitor da USP a estabelecer no Pasteur de São Paulo um marco permanente em memória do professor Erney", afirmou Zago.
Os participantes do evento ressaltaram que a criação do Institut Pasteur de São Paulo ajudará a fortalecer a cooperação entre a França e o Brasil, abrindo caminho para que os países trabalhem juntos em medidas prioritárias de saúde pública.
“Esta cerimônia é um momento histórico para a entidade científica que inauguramos. Ela fortalece a colaboração entre o Estado de São Paulo, a Universidade de São Paulo e o Institut Pasteur. O novo status de nossa estrutura como “Institut Pasteur de São Paulo” e membro associado da Rede Pasteur não teria sido possível sem o compromisso inabalável de nossas instituições e o apoio das autoridades francesas e brasileiras, que é um grande exemplo de colaboração científica internacional", afirmou a coordenadora da SPPU, Paola Minoprio.
O Institut Pasteur de São Paulo surgiu de um convênio entre o Institut Pasteur e a USP, assinado em 2017 e renovado em 2022. Pelo acordo, os dois parceiros se comprometeram a desenvolver uma plataforma científica, estágio intermediário antes da constituição formal de um instituto. O Institut Pasteur de São Paulo assumirá os direitos e obrigações da Plataforma Científica Pasteur-USP, permanecendo como membro associado da Rede Pasteur. A Rede Pasteur é uma vasta comunidade científica com mais de 30 membros em cerca de 20 países, trabalhando juntos para ajudar a melhorar a saúde global (leia mais em: agencia.fapesp.br/39067/).
* Com informações da ANRS e da SSPU.
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