Entrevista em que Carlos Vogt analisa a espiral diante das novas conexões estabelecidas entre ciência e sociedade com a pandemia de covid-19 é destaque da nova edição da revista MATRIZes
"A dinâmica da chamada cultura científica poderia ser melhor compreendida se a visualizássemos na forma de uma espiral, a Espiral da Cultura Científica, como proponho chamá-la", descreveu em 2003 o linguísta e poeta Carlos Vogt.
"A idéia é que a representássemos em duas dimensões evoluindo sobre dois eixos, um horizontal, o do tempo, e um vertical, o do espaço, e que pudéssemos, estabelecer não apenas as categorias constitutivas, mas também os atores principais de cada um dos quadrantes que seu movimento vai, graficamente, desenhando e, conceitualmente, definindo", disse Vogt, diretor-presidente da Fundação Conrado Wessel e professor emérito da Unicamp.
Os vinte anos da Espiral da Cultura Científica são destaque da nova edição da revista MATRIZes, que publica uma entrevista em que Vogt analisa a espiral no âmbito da pandemia de covid-19. A revista é produzida pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo.
"A interação entre os diferentes atores sociais que produzem e consomem a informação científica, que codificam e decodificam essas linguagens para que a comunicação seja efetiva, além das especificidades dessas relações, estão representadas na Espiral da Cultura Científica", descrevem as autoras do artigo e entrevista, Germana Fernandes Barata, Mariana Hafiz e Monique Oliveira, pesquisadoras da Universidade Estadual de Campinas.
"Nesta entrevista, Vogt retoma o conceito da Espiral da Cultura Científica à luz das novas conexões estabelecidas entre ciência e sociedade com a pandemia de covid-19 quando houve uma ampliação do acesso público ao conhecimento científico. Isso se deu por meio de iniciativas de ciência aberta, como artigos sem barreiras econômicas para o acesso, bancos de dados compartilhados entre cientistas e a publicação de manuscritos científicos conhecidos como pré-prints. Na pandemia, a ciência se abriu para o 'o outro', o não cientista, exemplificando em alta velocidade o contato da ciência com a cultura que a espiral postula", destacam as autoras.
“A ciência sai de um particularismo de comportamento e vai, em um movimento, adquirindo a universalidade da comunicação. É aí que ela vira cultura total”, disse Vogt.
Leia a entrevista em: https://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/212502/197750.
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